quarta-feira, 25 de março de 2009

Queremos Barrabás! (Ou: Queremos Daniel Dantas!)

Comentário

Com o dedo em riste, Barrabás aponta o criminoso
A multidão alienada faz sua escolha
Queremos Barrabás!

ou:

Queremos Barrabás!
Queremos Barrabás!
Queremos Barrabás!
Queremos Barrabás!
Diante do tribunal presidido pelo juiz e governador Pôncio Pilatos, Barrabás, referindo-se a quem é ou não é o criminoso, aponta para Jesus e diz "é ele!".
A multidão alienada faz sua escolha.

Ass: José Carlos Lima

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Por Honoré Daumié
























Daumier. Queremos Barrabás (Ecce homo?)


HONORÉ DAUMIER E UMA ESTÉTICA DA CARICATURA SOCIAL COMO DENUNCIA MORAL

Para Argan, o belo na mordenidade é a sensibilidade e não o belo da natureza, visto que a natureza culturalmente falando-se não é moderna, então o belo passa a ser uma qualidade de natureza moral à buscar-se na sociedade, aquela que distingue a média, acima da vulgaridade. Assim, o belo para esse autor é sempre um estranho, porque um ideal e o artista um idealista.

O belo pode não encaixar-se numa categoria formal em si, mas, pode-se discerni-lo de tudo o que é habitual, do dito normal, da média. Daí o cômico e o feio extremados tornarem-se belos, daí o interesse de Baudelaire, o maior crítico e poeta do século XIX para Argan, pelos desenhistas, caricaturistas, pelas sátiras que extraem-se das poses do quotidiano , pelas crônicas e paletas que cortam-se das horas, na correnteza do tempo inexorável da ampulheta da consciência humana.

Daí o mistério dos literatos como Nicolai Gogol, considerado por Carpeaux como o pai da literatura de acusação na Rússia, no século XIX, introdutor do realismo nesse país, embora sendo ucraniano, figura complicada, mixto de satírico e profeta, de humorista e místico que segundo esse mesmo autor não foi paradoxalmente realista, mas fez caricaturas monstruosas e burlescas da vida russa, como as que caracterizou particularmente na sua maior e inacabada obra denominada Almas Mortas, que como Daumier também expressa a nova tendencia realista, pós romantismo, que cunhou a arte e literatura em meados do século XIX. Mas, Honoré Daumier, também, foi amigo de Honoré de Balzac e como ele escreveu dia após dia sua Comédie Humaine.

Desenhista, pintor, escultor, cariacturista, melhor do que Balzac, segundo Argan soube ver o povo como vítima do poder. O Expressionismo encontra seu precursor atávico em Daumier, mas, a caricatura social, política não foi inventada por ele, porém já tem uma expressão dramática e moralista dentro da história contemporânea nas gravuras do espanhol Goya. Mas, Daumier enxuga e intensifica como diz Argan o signo visual. Procura despertar com sua arte no expectador o estímulo moral. A imagem deixa de ser representação de um fato ou narração, mas, a expressão moral enxugada do fato, quando não do drama do burlesco, do sátiro.

Daumier segundo Argan via nas relações politizadas da sociedade uma forma moderna de moral. Foi o primeiro a valer-se da imprensa como meio de comunicação de massa, fez extremadas críticas sociais contra o poder na França e pelo desenho da caricatura chamada " Gargantua ," obra contundente que mostra o rei Felipe II engolindo sacos de dinheiro do povo teve que cumprir seis meses de prisão. Notáveis os seus excertos litográficos com as paródias sobre os tribunais, gente de Justiça, julgamentos. Nada lhe escapava da burlesca ribalta, na atemporalidade das idéias e da arte, ontem, como hoje,a flama no lusco-fusco sob a escura caverna!...


Bibliografia:
ARGAN, Giulio Carlo. Arte Moderna. Cia das Letras.SP:1988
JANSON, H.W e JANSON . História da Arte.A. Martins Fontes. SP: 1987

http://www.lilianreinhardt.prosaeverso.net/visualizar.php?idt=835704

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Queremos Daniel Dantas!

Por Eduardo Guimarães
Está acontecendo uma situação no Brasil que, a cada lance bizarro, me surpreende mais um pouco. Um delegado da Polícia Federal encabeça uma grande operação de desmonte de um inegavelmente gigantesco esquema de corrupção que teria infiltrações por todos os dutos da República, e que, de forma ainda mais completa, teria se enraizado na sociedade civil, entre o empresariado, entre a imprensa e, acima de tudo, nos setores financeiro e de comunicações.
O delegado age sob demanda do Ministério Público Federal e do Poder Executivo Federal, na medida em que a Polícia Federal está subordinada àquele Poder. Um juiz, então, concede autorizações para o delegado que preside a grande investigação promover escutas e todos os demais procedimentos investigativos necessários. Dessa maneira, o delegado gera provas com as investigações daquela grande operação policial e as remete ao Judiciário.
Provas de ilícitos jorram das investigações. A Polícia consegue até uma filmagem mostrando, com riqueza de detalhes, que alguém ligado ao principal investigado pela operação, um banqueiro eminente, tentou comprar policiais para que o deixassem “em paz”, bem como aos seus parentes.
O juiz concede a prisão provisória dos principais investigados na grande operação policial, de forma que não possam interferir nas investigações. Tratou-se, dessa maneira, de providência comezinha em qualquer sistema legal de qualquer parte do mundo, ou seja, de o Estado adotar todas as medidas que suas autoridades competentes julguem necessárias ao cumprimento da lei e à manutenção da ordem pública.
Nesse momento, as instituições brasileiras desabam. As autoridades que desencadearam a grande operação policial acabam se tornando rés no processo, acusadas de agirem acima e à margem da lei para incomodar o banqueiro, que, na tese daquelas autoridades, seria o grande mentor intelectual por trás de todas as ilegalidades investigadas.
A cúpula do Poder Judiciário entra em campo e nega às autoridades que investigam o caso a condição para prosseguirem nas investigações sem que os investigados tentem obstaculizar o cumprimento da lei destruindo provas ou constrangendo testemunhas. Não concede tais condições àquelas autoridades nem diante da existência de filmagens (autorizadas judicialmente) que mostram os investigados tentando justamente obstaculizar o cumprimento da lei.
Com a soltura dos investigados, as autoridades que desencadearam a grande operação policial ganham as páginas dos jornais e aqueles investigados desaparecem de tais páginas. Agora, só se fala das autoridades. O grande esquema de corrupção sai totalmente do noticiário e das atenções da sociedade.
Quem não consegue engolir tal absurdo, aponta-o. Ao dizerem que não é possível que autoridades policiais e judiciárias se tornem rés no processo e os agora ex-investigados pela grande operação policial se tornem vítimas, as pessoas que indignaram com o absurdo passam a ser apontadas como defensoras do juiz e do policial, que, agora, ocupam o lugar dos que investigavam e contra os quais produziram toneladas de provas.
Sobre o banqueiro chefe do grande esquema de corrupção, já não se investiga mais nada. A imprensa só quer saber se quem investigou o banqueiro tomou cada mínimo cuidado para não exceder a lei, ainda que as provas da investigação inevitavelmente condenassem o banqueiro havendo ou não eventuais “excessos”.
“Se o banqueiro errou, que se puna”, dizem os acusadores do juiz e do policial. “Mas o que nos interessa mesmo são as autoridades que levantaram provas contra ele”, sofismam.
Em seguida, começam a levantar “excessos” do policial em assuntos que nada têm que ver com a investigação. Até saber se ele quer se candidatar a algum cargo político virou mais importante do que os crimes do banqueiro.
As acusações contra o policial e contra o juiz pretendem apenas encobrir a cada vez mais próxima impunidade do banqueiro acusado de chefiar o grande esquema de corrupção, a impunidade de um criminoso contra o qual aquelas autoridades produziram montanhas, cordilheiras de provas, entre as quais vídeos (gravados legalmente) nos quais enviados do banqueiro, agindo em seu nome, tentam comprar policial que o investigava a fim de fazer com que ele interrompesse a investigação.
Crime menor. O que importa é se o delegado escreve cartas ao presidente dos EUA, se o português dele é bom, se o juiz é palmeirense ou corintiano e se os dois, em algum momento, não cometeram algum deslize, por mínimo que seja, que possa ter permitido colher aquelas as provas cabais contra banqueiro, pois, mesmo sendo cabais, mesmo provando, como provas que são, que o banqueiro é um escroque, as provas, à diferença do banqueiro, têm que ser puras como anjos, não importando que revelem um demônio.
Sei lá o que o delegado Protógenes Queiróz disse a Obama. Nem quero saber. Não sei se ele acusou Lula. Ele acusou um monte de gente. Aliás, acusou o governador José Serra, ainda que não digam. O que sei, apenas, é que a situação que relatei acima é descabida e que toda essa conversa sobre o delegado não passa da mais absoluta falta de vergonha na cara de seus promotores, que, a esta altura, tornam-se tão bandidos quanto o tal banqueiro.
Em minha opinião, há alguma coisa terrivelmente errada neste país. E o que me dói mais é saber que ninguém que tenha voz e poder moverá uma palha para esclarecer por que tantos poderes se levantaram contra o delegado e o juiz enquanto o banqueiro vai saindo pela tangente.
Isto vale para todos, para absolutamente todos que não estão chamando a sociedade à razão ao dizerem do absurdo que é o país voltar seus olhos para o delegado e para o juiz enquanto o banqueiro fica livre, leve e solto rindo das leis e das instituições. Se o presidente da República não faz isso, é um absurdo. Se a mídia só se preocupa com o delegado e com o juiz, é um absurdo ainda maior. Se a oposição insufla a mídia nesse sentido, esse é o maior dos absurdos.
Olhem aqui, malandros federais, municipais, estaduais, de esquerda, de direita, de todas as cepas possíveis e imagináveis: crucifiquem o Protógenes, malhem-no como Judas, se quiserem, mas tragam o banqueiro Daniel Dantas de volta para o noticiário, para o centro das atenções, nem que seja para dividi-las com o delegado e com o juiz.
A responsabilidade - e a possibilidade - de fazer isso é da imprensa e de mais ninguém. Cobrem dela.
‘Eles’ chamam isso de ‘contraditório’
Uma pessoa que se diz Sandra Albuquerque, jornalista do Rio de Janeiro, posta comentário aqui que eu não deveria publicar, pois é insultante e não tenho obrigação de dar espaço a insultos. Ninguém daria. Ninguém dá. Nem os blogs dos quais esse tipo de pessoa compartilha os “ideais”.
Estou dando espaço porque enviei um e-mail de teste a essa pessoa e o e-mail não retornou, mostrando que essa pessoa pode existir, o que me deixa na esperança de que volte aqui para manter um debate claro, honesto, à vista de todos, sem maquilagem com as tintas do anonimato.
Mas vamos lá, vejamos as questões dessa tal pessoa.
Diz ela que:
1) Quem afastou o Protógenes foi o seu chefe hierárquico, o presidente Lula.
Resposta:
É mentira que o presidente Lula seja meu “chefe hierárquico”. Isso é produto de difamação – ainda que ser subordinado a Lula, que eu saiba, ainda não seja crime no Brasil.
2) Quem afastou o Paulo Lacerda, chefe da Abin, foi seu chefe hierárquico, Lula.
Resposta:
Além de ser mentira que Lula seja meu “chefe”, ele afastou os delegados da PF e da Abin como pedia a investigação da acusação de que exorbitaram em suas funções. Isso não obriga a mídia a pôr Daniel Dantas de lado e só noticiar Protógenes e Lacerda.
3) A imprensa é livre, assim como é livre a expressão. O seu blog é a imprensa. O seu blog é a midia. Se você, ao invés de publicar as provas contra o empresário Daniel Dantas prefere falar sobre o Peru, problema seu.
Resposta: Só que este blog, à diferença da grande mídia, não recebe dinheiro público, não recebe dinheiro de ninguém, pelo contrário, seu signatário é que paga para manter este blog e nele está exercendo simplesmente seu direito de expressão constitucionalmente garantido, não tendo obrigação de apresentar prova nenhuma para comentar um caso de corrupção que está sendo debatido publicamente, com acusações de parte a parte, como as que a signatária do comentário faz a mim e ao governo Lula de forma mentirosa.
4) Se a Veja ou a Folha tem mais audiência e credibilidade que esse seu blog, problema seu.
Resposta:
A Folha e a Veja não têm mais credibilidade que este blog. Têm mais dinheiro, inclusive público.
Comparar um blog com um mega jornal e uma mega revista de mega grupos de comunicação é um absurdo, ainda mais sendo dito por alguém que se diz “jornalista”, alguém que, para ter dito com essa desfaçatez o que disse, só pode estar tentando fustigar o autor deste blog com absurdos na esperança de que ele se farte do debate público e pare de dizer o que pensa.
Meu conselho: vá sonhando...
Quem assina essa barbaridade é uma tal de Sandra Albuquerque | Rio de Janeiro | Jornalista
Era "fake"
Em seguida ao comentário acima, fui ver os outros comentários. Havia 7. Todos da mesma pessoa, mas com nomes diferentes.
Agora estão criando e-mails falsos para tentarem plantar suas conversas moles aqui.
É tão fácil deletar mensagens... Trabalho mesmo dá é para postar. Essa pessoa deve ter um bom motivo para ter todo esse trabalho, não acham?

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