terça-feira, 10 de março de 2009

Fotos, cinema de rua de 7/3 - filme: Por que eu?

---------- Forwarded message ----------
From: <darcelandrade@yahoo.com.br>
Date: 2009/3/8
Subject: Re: [culturasparaenses] Re: [politicacultural] Fotos, cinema de rua de 7/3 - filme: Por que eu?
To: culturasparaenses@grupos.com.br



Prezados Athur, Crow, Weyl, Carlos e Cia...

Ecoam os sons da rua, dos carros, misturados ao som dos filmes que projetamos ontem no corredor polonês e as luzes dos faróis cruzadas ao do projetor. Imaginem a cena numa visão global holográfica e cristalizando uma forma tridimensional como uma instalação de linguagens raras na formação de uma outra linguagem, poética.

Sentado à calçada, no batente das lojas, não somente assisti aos filmes propostos em uma programação, que só serviu de pretexto para reunir outra coisa maior, os sentidos e o valor do homem na concepção de um trabalho diferenciado de promover a poyesis entre sonho e realidade, vontade e atitude, encontro e resistência [aos modelos estabelecidos].

Weyl destacou o Apolíneo na sua filosofia fora do mundo das idéias, o que habita no mundo dos aedos, e o trouxe para a nossa companhia, o Belo em Si, para o nosso mundo nesse encontro profano da realidade presente e palpável sem perder a beleza. Como ele mesmo diz: "ao trazer o filme para ser projetado, no meio da rua, a obra se transfigura".

A transfiguração, no sentido amplo da palavra, é transformação, é adquirir outras formas, inesperadas até, inusitadas, diferenciadas, compartilhadas, socializadas, degustadas pelos transeuntes que paravam para ver e ouvir imagem e vozes projetadas em um imenso lençol do outro lado da rua. Parecia proposital [palavra reducionista], mas não, o natural se adapta ao real, à ficção, e tudo de configura, ou melhor, se transfigura em uma composição tridimensional e surrealista: imagem projetada, vozes dos personagens, carros que passam e pessoas que se movimentam frente à tela, como figurantes, objetos de cena, e que fazem parte do cenário do próprio filme que está sendo exibido. E para completar, um público seleto de poucas pessoas que souberam e desejaram entender essa nova maneira de expressão.

Onde estão os críticos? Onde se encontram os apaixonados pelo cinema? Estão trancados nas salas de exibição? Onde está a mídia que gosta de mostrar bumbum das celebridades instantâneas? Deixo claro que meu entendimento sobre o que se expõe nesse contexto, está voltado exclusivamente a uma nova forma de expressão do cinema e sua inserção nos espaços alternativos.

Os sujeitos entrevistados após a projeção, sentados despretensiosamente no bar ao lado, revelam a importância desse projeto. São trabalhadores anônimos, homens e mulheres, moradores do bairro que movimentam a feira de cultura aos domingos na Praça da República, esses desconhecidos do grande público. Carlos, com seu gravador de ouro, soube garimpar um brilho de lucidez nas vozes desses intérpretes, daí a certeza de que a mensagem levada pelo filme Por que Eu?, sobre a transmissão vertical, foi compreendida. Esse é o papel do cinema de rua, que eu incorporo agora, no contexto de minha ótica, ao cinema papa-chibé.

Obrigado, mais uma vez. Voltei pra casa feliz, por que sei, que de alguma forma, o filme fez a diferença para essas poucas pessoas, a nossa razão de ser!

Um grande abraço,

Darcel Andrade
--- Em dom, 8/3/09, Arthur <etetuba@gmail.com> escreveu:


De: Arthur <etetuba@gmail.com>
Assunto: [culturasparaenses] Re: [politicacultural] Fotos, cinema de rua de 7/3 - filme: Por que eu?
Para: culturasparaenses@grupos.com.br
Data: Domingo, 8 de Março de 2009, 10:57

Carlos, manda as entrevistas que gravaste por email, em mp3. Grato.




2009/3/8 etetuba <etetuba@gmail.com>

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